
terça-feira, 12 de agosto de 2008
Amizade, a única tendência, que resiste as estações.

sábado, 15 de setembro de 2007
Quando voltar não é retroceder
Quando acordo não olho mais o céu, tão pouco me perco em devaneios, sob os raios clarividentes da manhã.
Tenho vivido os dias como alguém que têm pressa, que corre sem saber aonde quer chegar, não sei ao menos porque corro sem saber de onde parti.
Os dias têm passado, os meses têm passado, a vida tem passado, tem passado sem mim.
Estou em uma fase onde descobri que tenho perdido a minha identidade, descobrindo assim que não se basta existir, tem que se viver.
De nada me aproveita ter muitos contatos, muitos amigos, amores e amantes.
Nem me basta, ou me satisfaz ter uma vida cheia de eventos, lazeres, farras, diversões se quem eu desejo não está aqui.
Nossa cidade é como um arquipélago, formado por inúmeras ilhas ou microcosmos que somos nós, que apesar de na maioria das vezes cercados por outras pessoas, nos sentimos sós.
Gostaria de conseguir deixar de lado os meus sentimentos e acreditar no que certo ditado alemão diz que “Tudo tem um fim. Menos a salsicha, que tem dois”.
Tenho tentado acreditar que o fim também é um começo. Fim de um momento começo de outro. Fim de um ciclo começo de outro.
Alguns irão falar e questionar o motivo pelo qual as coisas chegam ao fim, ou porque precisamos perder aquele (a) a quem tanto amamos. Boa sorte a quem entrar nessa seara, na qual entrei, chorei, sofri, bati o pé, esperneei e nada me foi respondido.
Talvez tenhamos tanto receio do fim porque ele é algo que, boa parte das vezes, não está em nossas mãos. E como tudo que não podemos controlar nos dá medo, estamos nos precavendo cada vez mais nos momentos, e cada vez mais eles vão deixando de ser tão bons, tão intensos.
Não faço apologia ao sofrimento, longe de mim! Não sei lidar com o mesmo apesar de sua existência ser inerente a nossa vontade.
Acredito que precisamos perder para voltar a dar valor as coisas simples da vida, como abraços longos e verdadeiros como o do Lipe ( Keanu Reeves), do Gu ( Milk Shake). Voltarmos a acender a nossa alma com sorrisos quentes e confortantes como o da Jú, Lelê, Mariana Santos, M&M.
Acredito piamente que somos e que devemos ser como a Fénix,

Quando a ave sentia a morte aproximar-se, construía uma pira de ramos de canela, sálvia e mirra em cujas chamas morria queimada. Mas das cinzas erguia-se então uma nova fénix, penas brilhantes, douradas, e vermelho-arroxeadas ainda mais bela.
Sei que chegou a minha vez de renascer(voltar as origens, a ser que realmente somos) não que eu estivesse fingindo, encenando um papel, mas sim porque com os amigos maravilhosos que fui colecionando, cultivando e amando por essa estrada que se chama vida, fui recebendo de cada um deles um pouco de sí e dando um pouco de mim.
Do Lipe verdade e probidade, do Gustavo amor e ingenuidade, da Jú carinho e atenção, da Lelê presteza e cordialidade, da M&M alegria e cumplicidade, do João força e coragem, do Xamuca sabedoria e simplicidade e do Digo impulsividade e paixão.
Devo descer a minha pira com canela, sálvia, mirra e renascer então.
Renascer despido de preconceitos, vergonhas, esteriótipos, impressões.
Voltando assim as minhas origens enquanto ser pensante, o que sou enquanto ser único e especial e aquele que sou enquanto soma das virtudes que recebi da convivência com amigos tão incríveis, especiais e insubistituíveis como vocês.
Agora enxergo o fim como início de um novo ciclo, novas histórias, outros passeios, os mesmos amigos, porém novos amores.
Voltando assim a ver antes de domir se estão no céu as estrelas que respondem por esses nomes que fazem nossa vida mais brilhante e mais feliz!
~ ~ ~>Felipe
~ ~ ~>Gustavo
~ ~ ~>Julliana
~ ~ ~>Letícia
~ ~ ~>Mariana
~ ~ ~>João
~ ~ ~>Samuel
~ ~ ~>Rodrigo
Gilberto Gil – Drão
Drão o amor da gente é como um grão
Uma semente de ilusão
Tem que morrer pra germinar plantar em algum lugar
Ressuscitar no chão nossa semeadura
Quem poderá fazer aquele amor morrer!
Nossa caminhadura
Dura caminhada pela estrada escura
Drão não pense na separação
Não despedace o coração
O verdadeiro amor é vão, estende-se, infinito.
Imenso monolito, nossa arquitetura.
Quem poderá fazer aquele amor morrer!
Nossa caminhadura.
Cama de tatame pela vida afora.
Drão os meninos são todos sãos.
Os pecados são todos meus.
Deus sabe a minha confissão, não há o que perdoar.
Por isso mesmo é que há de haver mais compaixão.
Quem poderá fazer aquele amor morrer.
Se o amor é como um grão!
Morre, nasce, trigo, vive morre pão.
Drão.
quinta-feira, 5 de julho de 2007
Homens sensíveis e mulheres fortes
Atualmente muito se fala sobre o advento da revolução tecnológica em ato, o que é em si, e em potência, o que pode vir a ser, resultando da intersecção dessas duas grandezas ato e potência, transformações profundas em nossa sociedade. Seja na inversão de valores, relação interpessoal, forma de pensar, moda, comportamento.
Esse tema é muito amplo, porém irei discorrer a despeito do tema que mais tem me intrigado: A inversão de personalidade que tem ocorrido entre homens e mulheres.
Desde a antiguidade o homem é educado para ser dominador, viril, ser o mantenedor do lar, ser forte (não externar emoções).
As mulheres em contrapartida eram educadas para o serviço do lar, devendo ser submissa ao marido, sensível, delicada, afetuosa, emotiva, romântica. Porém, como estamos em constante evolução e como diz sabiamente a cantora Pitty em sua música, Anacrônico.
“...pare e perceba como seu dia-a-dia mudou.
Mudaram os horários, hábitos, lugares.
Inclusive as pessoas ao redor
São outros rostos, outras vozes.
Interagindo e modificando você
E aí surgem novos valores
Vindos de outras vontades
Alguns caindo por terra
Pra outros poderem crescer”.
Conversando com pessoas, escutando relatos, e ouvindo os ecos do meu silêncio, percebi mudanças de perfis e valores entre homens e mulheres.
Tenho encontrado homens sensíveis, que choram, mandam cartas à amada, dormem abraçados com ursinhos de pelúcia da mesma para matar a saudade e mulheres que arrotam, cospem fogo, literalmente, já não esperam pelos príncipes encantados.
Meu amigo da igreja, Rodrigo de Jesus Braga, não se importa em dizer que faz a sobrancelha (ele mesmo faz e em casa) é um adolescente de extremo bom gosto, muito bonito, apanhado, veste-se muito bem e está sempre perfumado e ainda assim é o cara mais machista que conheço.
Às vezes vou visitar o Rodrigo que gerencia uma das cantinas que sua família possui em uma faculdade aqui de Brasília e quando estou lá com o mesmo, o vejo recebendo cantadas de mulheres de idades que variam de 20 a 35 anos, seria normal se o Rodrigo não tivesse apenas dezesseis anos.

Ao contrário de meu amigo Rodrigo encontra-se meu amigo Márcio da Silva Moura que não faz a sobrancelha, não usa perfume (no máximo desodorante), olha com desconfiança para os homens que o fazem, dizendo que mulheres é que devem andar perfumadas, para ele, é claro!
Em oposição ao Rodrigo e ao Márcio aqui estou eu que não faço sobrancelha, porém uso perfume, shampoo e condicionador de chocolate, amo cozinhar e modéstia parte dizem que o faço muito bem, escrevo poesias, adoro poemas, componho músicas (com o Márcio), sou extremamente romântico, idealizador. Porém possuímos algo em comum, somos homens de alma feminina.
Com essas transformações acaba-se de uma vez com o estigma que é carregado pelas mulheres, “sexo frágil”. Falarei de duas amigas que possuo a primeira, Mariana Mello que é um amor de pessoa, que inúmeras vezes me assusta com arrotos vibrantes quando menos espero, pois ninguém espera que uma mulher arrote.Curte política, questionando e indagando sempre os contrastes de nossa sociedade.
Para finalizar a Letícia Fialho, Lelê ou simplesmente Lê. Uma grande amiga que nada tem a temer, às vezes me assusto com a facilidade com que ela vive e administra os seus problemas, uma garota nada complicada, que leva vida de peito aberto, pois não tem medo de bala perdida.Uma mulher incrivelmente forte, que não tem medo de viver porque na vida se tem alguém que sabe cuspir fogo, esse alguém é ela.

Quando saiu com alguns amigos o que têm ocorrido é que tenho me surpreendido pelo fato de receber cantada e bilhetinhas de algumas garotas, pois isso ainda me choca. Porém as mulheres estão cada vez mais tomando a iniciativa em sair e conquistar. Sinto-me lisonjeado e com o ego incrivelmente alto quando sou abordado por uma mulher, pois elas “deveriam” (segundo a sociedade) esperar em seus castelos a nossa chegada, montados em cavalos brancos. Mas o que tem ocorrido é que elas têm se adiantado, empunhando a chapinha, vestindo suas armaduras, montando seus saltos altos e vindo ao nosso encontro. Os que continuam indo a castelos têm encontrado torres cada vez mais vazias. E assim a vida tem seguido seu curso, com homens sensíveis e mulheres cada vez mais fortes.
quarta-feira, 27 de junho de 2007
Anti-Herói

Depois de mais de um mês tentando entender o porquê esses acontecimentos, a priori, simplesmente me faziam acordar cansado, farto, desanimado e o sono dos justos não me descansar para o dia seguinte. Consegui chegar ao X da questão.
O que estava me deixando nesse estado de inércia sentimental, espiritual, física e emocional foi o meu questionamento de porque somos criados e educados desde os primeiros passos que damos por nossa família, sociedade a sermos HERÓIS?
Temos que ser pessoas de grandes valores, de espírito virtuoso, elevado, devemos ser guerreiros que beiram a perfeição ou não temos valor algum.
Devemos ser aqueles que sempre fazem à coisa certa mesmo quando está se dando mal e você vê inúmeras pessoas fazendo de um jeito ímprobo e se dando bem.
Devemos sofrer e agüentar o sofrimento porque no final o mocinho, o herói, “SEMPRE” vence. E o vilão sempre se dá mal.
Somos obrigados a ceder nossos lugares em conduções para pessoas que na maioria das vezes não seguram nossos pertences nem tão pouco agradecem. Mas quando nos recusamos a ceder nossos lugares aos mesmos, recebemos olhares de desaprovação, e ou mesmo de repúdio como se tivéssemos cometido um ato criminoso.
Vivemos em função do outro, o que vão pensar como vão agir se irão ou não gostar.
Passamos a segundo plano em nossa própria vida, seres sem vontade que não a do outro, nossa existência passa então a estar justificada tão somente para agradar o outro.
Então pensei em ser um anti-herói. Alguém com imperfeições, que não faz apenas gestos altruístas.
Quero ser um ANTI-HERÓI não precisar ser alto, forte, musculoso, estar certo sempre, ser um gênio a todo o momento, pois são esses, os valores e padrões que nos são impostos pela sociedade, pela mídia.
Cansei de possuir vocação para ser herói, de realizar atos além de minhas forças e muitas vezes contra a minha vontade, para alegria, para o bem da coletividade.
Quero ser como o Chapolin que é tantas vezes fraco, possui medo, é baixinho, desastrado, e ainda assim consegue superar tudo que está contra ele para ser feliz.